Pular para o conteúdo principal

Microcontos 4!


Rastejou para dentro de sua toca novamente.
Não gostava de sair mesmo morando no mundo avernal.
Tudo lá fora parecia sufocante, brilhante e lhe esgotava as forças.
Repousou em sua lápide fria com as mãos sobre o peito e suspirou enquanto seus cabelos negros se emolduravam a sua volta.
Perséfone retornava a seu sono por mais um período de lua negra.


A senhora do noite desnudou seu véu diante de seus aprendizes.
Era a única noite em suas vidas que a veriam fazer isso. Puxando sua varinha e entoando palavras em uma língua a muito esquecida, um pequeno tremor foi sentido, o céu ficou mais escuro e asestrelas mais brilhantes. Mas, nenhum deles via isso.
Eles viam a pequena mulher franzina agora se revelando uma deusa de beleza incomensurável e que nenhuma palavra poderia definir de forma que alguém além de quem não estava ali compreendesse.




- Não fique assim Silvestra, vamos dar um jeito...
- Um jeito? Você só fala isso porque virou um homem do espaço, veja no que me transformei? Sou um burro como na peça de Shakespeare!
- Calma querida.
- Calma nada! Volte a rainha das fadas e repare a ofensa para que ela nos transforme de volta!
- Mas...
- Mas nada! Vá andando Arturo. Hunf!

E esse foi um conto de Josy Santos!
Me aventurando no mundo das letrinhas há cerca de dois anos, incentivada pela Dany Fernandez, minha companheira no blog "Barato Literário".
Publiquei os contos "Estrela" e "O Mago" na antologia "Etéreo- Contos Fantásticos" da Andross Editora, o conto "Sereia Negra" na antologia "Criaturas do Submundo" da Editora Wish e o conto "Jane Black, Caçadora de Recompensas" na antologia "Fantásticas" da Giz Editorial.
Espero que gostem da leitura ou não e comentem e deixem sua opinião.
Abraços

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CARMEM

Sinopse: Amélia é uma jovem governanta começando seus trabalhos na Mansão Stern após ser contratada pelo excêntrico milionário Cássio. Aos poucos ela descobre que a mansão abriga mistérios e que giram em torno da pequena Carmen, a irmã mais nova. Será que Carmen é apenas uma menina deslocada ou haveria um motivo sobrenatural para sua estranheza? Mergulhe nesse mistério e descubra com Amélia o que pode acontecer nas sombras da mansão. LEIA UM PEDAÇO DO PRIMEIRO CAPÍTULO:  A charrete me deixou na entrada de uma estradinha de terra batida, ladeada por mato alto e árvores. O condutor me disse que, seguindo por ali chegaria ao meu destino. Agradeci a carona e segui. Aqui e acolá, as pedras me faziam pisar em falso, meus sapatos não estavam acostumados. Me parabenizei mentalmente por ter escolhido um vestido cuja barra ficava pouco acima dos tornozelos. Do contrário, teria uma boa quantidade de terra nas roupas. Sentindo o peso de minha maleta, rezei para que a estrad...

Representatividade, fantasia & gastronomia na segunda coletânea FANTÁSTICAS!

Pratos saborosos, acompanhados de suas respectivas receitas, inspiraram os contos de FANTÁSTICAS — Contos de fantasia & gastronomia protagonizados por mulheres , da Giz Editorial. Iniciado em 2017 pelos escritores e editores Giulia Moon e Walter Tierno, PROJETO FANTÁSTICAS retorna em 2018 com uma proposta apetitosa: contos com elementos sobrenaturais, inspirados em alimentos que fascinam seus autores – um tema que fala de perto a todos nós. Pois quem não tem na sua memória a lembrança de uma comida gostosa, reconfortante, deliciosa? De receitas que remetem a uma lembrança de infância, a um instante mágico junto a alguém especial, a alguma ocasião inesquecível? FANTÁSTICAS — Contos de fantasia & gastronomia protagonizados por mulheres , da Giz Editorial, traz esse cardápio inovador: oito contos fantásticos que falam de comida e de quem a devora; que transitam entre humor, romance e terror, instigando a imaginação e as papilas gustativas dos leitores. Produzidos pelos escrit...

Conto - Delírio

O cansaço ensopava os pensamentos. Pela janela do ônibus, via a paisagem corrediça em borrões.  Não se importava com o cabelo estufado pelo vento. Só pensava em deitar sobre um colchão macio. Caminhou zumbicante até o portão. Trancou-se no quarto. Pensou em nunca mais sair de lá. Enfiou-se na cama e permaneceu imóvel durante muitos anos. As traças roeram-lhe as vestes, e os vermes sua pele e entranhas. Até que eles mesmos pereceram, deixando no lugar do antigo corpo apenas os ossos e os cabelos. Despertou, quatro séculos depois. Mal recordava seu nome ou a definição de seu sexo. Teria contemplado sua imagem no espelho da porta, se ainda possuísse olhos. E quem precisa desses faróis de carne quando há o inconsciente no comando das ações? — Onde estariam os outros? — surgiu ansioso o pensamento. Esquadrinhou os cômodos da casa. Deserta. Correu para fora. Caminhou na rua escura. Aqui e ali, postes faziam porcamente seu serviço. Lembrou-se das noites em que costumava an...